ESTES BARES DA VIDA : Lancheria Central
Esta denominação extra-oficial teve origem no tempo em que íamos comer e tomar café depois dos ensaios (Aphasia/Violência Verbal). A galera pedia quanto custava um pastel, e o velhinho respondia, com seu sotaque gringo carregado: “É UM reAAAAALLL”. Parece ridículo, mas o pessoal ia só para se deitar nisso.
O bareco é tocado por este simpático senhor e sua esposa. A mulher é tri gringona e um dia me xingou quando fui comprar cigarro :
“Estas merdas aí, nem sei o nome de todos, mas é tudo porcaria igual. Pra quê tu fuma, oooo gurrri !!!???”
Mas a cena mais cômica de todas, vou contar agora : Certa feita, estava eu tomando meu café pra fumar (salve, Raul !), quando chegou um vendedor de cartão para celular :
- Boa tarde, seu ! Tudo bem?
- Tudo bem – respondeu o dono do bar
- Trouxe seus cartões. Quantos vai querer?
- Eu pedi faz 20 dias atrás. Agora não quero mais.
- Bom, mas tenho seu pedido – insistiu o vendedor
- Mas vai tomar no cu da fia da puta – disse o velho – Eu queria antes, agora não quero mais. Fiquei sem cartão e perdi de vender. Tu saiu de Carnaval com as tuas putas e não veio aqui me vender. Agora que terminou teu dinheiro, tu aparece. Vai tomar no cu, do caralho da tua mãe, seu puto,etc.
O vendedor se mandou. Silêncio no bar. Eu quis sair de fino, mas o velho me viu e contou toda a história. Depois de 15 minutos me enchendo de palavrão, ele concluiu:
- Agora vou ter que ir em alguma loja, comprar cartão de celular!
Putz, foi muito engraçado. Muito boteco, muito roots!!!
O lugar é massa, com os velhos balcões de fórmica e vidros ensebados. Destaque para a pilha de laranjas usadas para fazer suco e uma mistura punkzona de canha, limão e vermute (?). É gostosa, mas nem é bom pensar em como foi feito...
Nível de botequice : 8,5