DRUNKEN BUTTERFLY

Cultura underground e textos doentios

terça-feira, agosto 07, 2007

Campanha contra o Trabalho - Adesão total

Todo mundo sabe que ter chefe é uma merda. Pior ainda para os pobres "peões", que acham que tem autonomia na vida. Leiam e reflitam como quebrar esta corrente.
Esse trecho está no livro "Pai Rico, Pai Pobre" e mostra como somos escravos da máquina capitalista.

"...Então Robert descreveu para nós a "Corrida dos Ratos:

"Se você observar a vida das pessoas de instrução média, trabalhadoras,você verá uma
trajetória semelhante. A criança nasce e vai para a escola. Os pais se orgulham porque o filho se destaca, tira notas boas ou altas e consegue entrar na universidade. O filho se forma,talvez faça uma pós-graduação, e então faz exatamente o que estava determinado: procura um emprego ou segue uma carreira segura e tranquila. Encontra esse emprego, quem sabe de médico ou de advogado, ou entra para as Forças Armadas ou para o serviço público.
Geralmente, o filho começa a ganhar dinheiro, chega um monte de cartões de crédito e
começam as compras, se é que já não tinham começado.
Com dinheiro para torrar, o filho vai aos mesmos lugares aonde vão os jovens, conhece
alguém, namora e, às vezes, casa. A vida é então maravilhosa porque atualmente marido e mulher trabalham. Dois salários são uma bênção. Eles se sentem bem-sucedidos, seu futuro é brilhante, e eles decidem comprar uma casa, um carro, uma televisão, tirar férias e ter filhos.
O desejo se concretiza. A necessidade de dinheiro é imensa. O feliz casal concluiu que suas carreiras são da maior importância e começa a trabalhar cada vez mais para conseguir promoções e aumentos. A renda aumenta e vem outro filho... e a necessidade de uma casa maior. Eles trabalham ainda mais arduamente, tornam-se funcionários melhores. Voltam a estudar para obter especialização e ganhar mais dinheiro. Talvez arrumem mais um emprego.
Suas rendas crescem, mas a alíquota do imposto de renda, o imposto predial da casa maior, as contribuições para a Seguridade Social e outros impostos também crescem. Eles olham para aquele contracheque alto e se perguntam para onde todo esse dinheiro vai. Aplicam em alguns fundos mútuos e pagam as contas do supermercado com cartão de crédito. As crianças já têm cinco ou seis anos e é necessário poupar não só para os aumentos das mensalidades escolares, mas também para a velhice.
O feliz casal, nascido há 35 anos, está agora preso na armadilha da "Corrida dos Ratos" pelo resto de seus dias. Eles trabalham para os donos da empresa, para o governo, quando pagam os impostos, e para o banco, quando pagam cartões de crédito e hipoteca.
Então eles aconselham seus filhos a estudar com afinco, obter boas notas e conseguir um emprego ou carreira seguros. Eles não aprendem nada sobre dinheiro, a não ser com aqueles que se aproveitam de sua ingenuidade e trabalham arduamente a vida inteira. O processo se repete com a geração seguinte de trabalhadores.
Esta é a Corrida dos Ratos. .."

quinta-feira, agosto 02, 2007

Inverno nos anos 80 ou Sebadoh, Johnny Cash e Nick Hornby

Tantas coisas loucas aconteceram há 1 ano atrás... Era inverno também. Estava chapado de medicamentos para tentar controlar os nervos. Muita informação para processar e tantas dúvidas...
Eu tinha medo de algo e não sabia. Quando sabemos o que nos amedronta é muito mais fácil. E tome álcool e nicotina para ter coragem de acordar todos os dias.
Aprendi a reconhecer minhas fraquezas. Andando de carro, sob o sol, a caminho da casa da minha avó, senti uma alegria tão intensa que gargalhei sozinho. Não sabia se eram os remédios ou aquele sol que aquecia meu rosto nos caminhos da colônia.
E ouvia Sebadoh todos os dias. Aquela música pesada e melancolica, por incrível que pareça, me deixava bem. Antes da formatura, estava tão ansioso que meu cérebro pifou. Apenas a voz de Johnny Cash e seu clássico Ring of Fire me motivava. Vi o filme sobre a vida do cara e pensei : “Esse sim se fudeu!”. Aí me senti com sorte.
Há um ano exatamente, pude dar adeus à rotina. Decidi que cada dia ia ser diferente. Tanto faz se a tal diferença era tão somente atravessar a rua ao sentido contrário ou se atrasar a um compromisso de propósito. Poderia ser até mastigar de olhos fechados. Qualquer porcaria me fazia bem.
Após o fardo da formatura e da bebedeira gigante, me senti livre. E queria viver diferente. Um café na tarde ensolarada, com o livro “Alta Fidelidade” de Nick Hornby recém comprado sobre a mesa era o ápice da alegria. Uma cerveja holandesa para brindar o novo Daniel que surgia!
Noites nos bares, amigos em volta. Até o pé na bunda que levei foi tirado de letra.
Mas, como em um seriado dos anos 80, uma pessoa maravilhosa entrou em minha vida. Aquela pessoa que transformou os domingos de estupidez e caos mental em dias alegres. Smiths e Cure eram nossa trilha sonora. Era o que ouvíamos felizes em nossas noites de amor. Foi para ela que disse o “eu te amo” mais intenso e mais inesperado também. E era inverno...
O frio enrijece os corações, as feições e os atos. Mas foi na estação mais gelada do ano que comecei a encarar a vida de forma diferete. Foram duas semanas em uma montanha-russa maluca onde ficou tudo escancarado para mim : “ó imbecil, a vida pode ser tri, é só deixar ela acontecer.”