DRUNKEN BUTTERFLY

Cultura underground e textos doentios

segunda-feira, maio 29, 2006

Carta à Perpétua

Boa noite, minha amada Perpétua!
Ouvir sua voz ontem me fez tão bem! Foi muito bom poder te escutar novamente depois de tanto tempo. Até diminuiu um pouco minha tristeza em não poder te ver em breve.
Eu sei que também estás triste, mas acredito que não há de ser nada. O mais importante é o fato de que sabemos o que cada um sente, não é mesmo?
Sinto profudamente que estaremos juntos logo. Parece loucura, mas tenho uma impressão de que não estamos neste mundo à toa. Acredito que vamos poder compartilhar nossos sorrisos, lágrimas, gargalhadas, piadas, sonhos e aventuras.
Ah, a esperança! Acho que não tenho este nome à toa. Tudo parece impossível, mas a vontade e a quase certeza de que és a mulher da minha vida, se justifica.
É louco? É assustador?
Não, peço que não se assuste.
Eu tenho meus pés no chão, da mesma forma que você os têm. Mas prefiro viver de acordo com meus sentimentos, ao invés de sufocá-los. Desse modo, eu me sinto mais próximo de você e do destino que podemos traçar.
Perpétua querida, estou rindo abobadamente fazem dias. Mesmo com você distante, pois tenho certeza de que sentes tudo aquilo que sinto, quem sabe mais.
Por isso te peço: viva tudo com alegria ( e sei que estás muuuito alegre, né!?), pois este que te dedica estas linhas te quer muito e te considera o ser mais apaixonante, lindo, excitante, doce e amável deste mundo.
Durma com os anjos, como sempre e mantenha-se iluminada. Tudo vai dar certo e fará com que podemos ter um ao outro mais rápido.
Um grande beijo do seu

Expedito

sexta-feira, maio 26, 2006

RESENHA DA SEMANA : Wolfmother (Idem) - 2006


Tenho a imensa honra de ser o primeiro resenhista brasileiro a escrever sobre esta obra-prima do rock´n´roll ! É sério !!! Procurei na Net informações sobre o Wolfmother e consegui umas breves menções e só. Nada de comentário, resenha, porcaria nenhuma... Então, em 1ª mão no Brasil :
Ouvi falar que esta banda era um novo Black Sabbath. Para quem me conhece, o Black Sabbath é a minha banda favorita desde guri novo, então, é óbvio que fui procurar ouvir o Cd dos caras. Nem precisa dizer que estava com os dois pés atrás, pois soar como o Sabbath não é bem assim. Bem, digo que na 1ª faixa já estava rendido ao som destes australianos . Que banda do caralho! Que CD do caralho, vai se foder!!!!!!!! Os caras tiveram a manha de pegar todas as bandas clássicas dos anos 70 e tocar em pleno 2006, sem soar datado, bem pelo contrário. O frescor das composições transborda, a atmosfera é de total rock´n´roll, sem frescura, sem ar de revival ou hype, sem afetações, caras e bocas. É bateria, guitarra, baixo e um vocal fudido, bem gritado, estilo Ozzy nos primeiros discos do Sabbath, do Led, do Purple, e de toda essa galera aí.
Porém, tem músicas com teclado também, naquele climão do Purple ou do Jethro Tull, e é aí mesmo que todas as tuas defesas caem por terra. Os caras são bons mesmos, são MÚSICOS e não palhaços de palco, micos adestrados e outras porcarias que surgem aos milhares por aí...
Desculpe a emoção, mas fazia tempo que não ouvia algo com tanta vitalidade, com tanta energia e “culhões”. Se tu gosta das bandas citadas até agora, alem de Blue Cheer, Free, Steppenwolf, Uriah Heep, Jimi Hendrix Experience, entre outras gemas da música, vai atrás agora. (tenho para copiar hehehe)
Como de praxe com os discos fora de série, farei um faixa-a-faixa para demonstrar melhor a qualidade desta loucura aqui.
01 Dimension : começa com um grito, depois é rifferama direta, umas lentas, outras aceleradas, no melhor estilo Sabbath, muito rocker !!!
02 White Unicorn : pelo que saquei é a faixa de trabalho deles, com letra psicodélica ( unicórnio branco é foda !), com partes acústicas que do nada desandam em porrada (Led Zep?).
03 Woman : se pá, a melhor do disco! Pesada, mas com feeling, outra bem na linha Black Sabbath, principalmente no vocal.
04 Where Eagles Have Been : novamente se valem do contraste acústico climático X hard rock explodindo tudo!
05 Apple Tree : bem rockeira e rápida, com caídas de tempo e riffs levanta-defunto.
06 Joker & The Thief : guitarras pesadas duelam com sintetizadores dos anos 70, afudê pra carái.
07 Colossal : a faixa mais técnica, com quebradas de tempo, vocais quase declamados. Poderia estar no “Sabotage”.
08 Mind's Eye : outra candidata ao posto de melhor faixa. Uma balada épica, com direito a um belo solo de teclado (John Lord aprovaria certo!), que termina no melhor estilo fanfarra, tipo Starway to Heaven. Se for para conhecer a banda, ouça essa, meu !!!
09 Pyramid : outra com letra demente, baixo gordurosão, bem 70´s, lembra Uriah.
10 Witchcraft : Nessa os caras apelaram, tem até solo de flauta, certamente homenageando o Sir Ian Anderson (God!). Poderia estar em qualquer disco velho do Jethro Tull.
11 Tales (from the Forest of Gnomes) : “Contos da Floresta dos Gnomos” ! O título dá a exata dimensão da viagem da música e é por isso que é legal...
12 Love Train : mais swingada, tanto a letra quanto o som lembra as músicas mais “alegres” do Led.
13 Vagabond : Não poderiam ter escolhido faixa melhor para encerrar este disco. Uma canção folk, com quebradeiras no meio, vocais agudos, ruídos. É o fim, meu amigo! É o fim !!!
NOTA DO DANI : 10 (acredite, é 10 mesmo)

segunda-feira, maio 22, 2006

Frio!

Mais um dia gelado aqui. O alvorecer tem uma coloração azul-escura muito linda. E tem gente que detesta frio!
Só no outono e no inverno que podemos ver estas maravilhas da natureza acontecendo. O Sol, nesta estação, não queima os olhos, ele apenas faz parte do todo, com um brilho fosco e dourado.
As bocas-de-lobo expelem um vapor quente, que vira fumaça nas ruas. As pessoas andam encolhidas, certamente muito mais introspectivas.
E é esta a mágica do frio. Ele nos faz pensar, usando muito mais a razão.
Como gostaria de parar o carro e ficar observando este cenário magnífico! Mas a merda do horário...
Você iria gostar tanto de ver isto!
Um parque todo ficando nu, com suas arvores caducas, sem folhas.
Seus morros gramados, gelados, e a fina névoa enfeitando suas curvas.
As ruas desertas, a cidade sonolenta e assombrada pelo Senhor Inverno.
O branco da geada enregela os telhados e faz estalar as pedras do calçamento (asfalto ia ficar bem menos romântico).
Eu amo o frio e sei que você o ama também.
Será um dos motivos pelo qual te amo?

domingo, maio 21, 2006

E só resta o silêncio

Relembramos o passado estes dias, mas o passado se tornou meu presente...
Ainda sinto o arrepio de falar com ela!
Eu procuro por uma mensagem, por um sinal. Preciso de alguma coisa dela.
Eu olho as fotos, eu puxo as imagens da memória.
Mas nada se compara em falar com ela.
E tocá-la entao?
Por onde ela anda? O que ela sente?
Todo dia é um dia a mais ou um dia a menos?
Calendário na mesa do escritório, e eu fico contando 1,2,3,15,22... dias...
A espera desta vez, é de alegria. Fico planejando em minha mente tudo o que direi, tudo o que falarei...
Mas onde ela está?
Está longe, mas muito perto. Está em todos meus pensamentos...
Hoje sentei em um café. Como queria ela aqui comigo! Como queria dividir um cigarro, segurando sua mão, roubando um beijo.
A fumaça do café dança diante de meus olhos, o alcatrão borra meus dedos, enquanto eu só penso nela. Fico imaginando um diálogo:
- Como foi seu dia?
- Um saco (ela é nervosinha...), toh estressada!
- Toma seu cafezinho e se acalma, comprei Marlborão!
- Me dá dois hehe
- O que vamos fazer hoje?
- Vamos ao cinema?
- Cinema?
- Sim, tem um filme massa passando.
- Eu estava pensando em tomar uma cervejinha, comer um petisco...
- Boa idéia! Está frio mesmo... cerveja ou vinho?
- Vinho!
- Então vamos, terminou seu café?
- Sim, mas o cigarro não. Senta aí, que ansioso!
- É, sabe, sangue italiano...
Ah sim, um prosaico diálogo entre casal. Um simples diálogo.
Mas você nem sabe o quanto daria para viver este diálogo com ela.
E agora, na hora de dormir, imagine para quem vai meu ultimo pensamento?
Sim!
Mas estou sozinho
e só resta o silêncio...

sábado, maio 20, 2006

RESENHA DA SEMANA : MUSE (Absolution) - 2003


Existem discos que o cara começa a ouvir e acha que vai encontrar o “som dos anjos”! Prepara-se como um ritual, coloca o “play”, fecha os olhos, porém se decepciona rapidinho. Por outro lado, existem outros que tu não dá um puto para a banda. Pega (mais uma vez, no sentido de baixar hehe), deixa meio que de canto, nem dá bola e, um dia, resolve ouvir. E aí que as boas surpresas acontecem...
O segundo exemplo é o caso do Muse e o seu Absolution! Fui ouvir de curioso e na primeira ouvida exclamei : “PUTA QUE PARIU, CARÁI DE SOM”. Segundo a própria banda, a intenção artística é resgatar o progressivo dos anos 70 e atualizá-lo em uma roupagem do século XXI. Entre as influencias principais, a banda cita a entidade Queen. Parece pretensioso?
À primeira vista, parece sim. Mas basta apertar o play e conferir que Absolution desce macio e vai muito além das citadas influencias. O Muse reúne tudo o que de melhor foi criado dos 70´s para cá. De cara, você pode dizer que parece Radiohead. De fato, o vocal tem aquele estilo dramático do “creep” Thom Yorke, mas as comparações terminam aí. Se quiser uma síntese do disco, ouça direto Stockholm Syndrome : distorção no talo, um riff cavalo de bom e uma batida quase tribal, tudo emoldurado pelo vocal sempre eficiente e atmosférico.
As demais faixas não ficam para trás e são REALMENTE muito boas. Recomendado para quem curte um som mais frio, técnico e inovador.
NOTA DO DANI : 8

terça-feira, maio 16, 2006

Why???

Por que não consigo esquecer seu sorriso metálico, seus olhos negros e seus cabelos perfumados?
Por que ainda fico espantado ao te ver caminhar, seguindo teus passos como um enfeitiçado moleque?
Por que ainda penso em todas as suas palavras e recuso entendê-las?
Elas ecoam em minha mente... ecoam e ecoam...
Por que desenhar um futuro cinza, se temos a paleta com as mais variadas cores em nossa mãos?
Hoje, deve ser feito hoje. Amanhã estaremos aqui?
Lembra?
Não precisa ter medo. Medo é de quem acredita em destino.
Nós podemos mudar o nosso.

segunda-feira, maio 15, 2006

RESENHA DA SEMANA :The Jesus and Mary Chain (Psychocandy)


Álbum clássico é complicado de resenhar pois, na maior parte dos casos, a paixão pelo disco ou banda nos faz fechar os olhos para algum detalhe ou deslize cometido. Ou ainda, superestimar o valor da obra em questão.
No caso de Psychocandy e o Jesus..., a paixão é pequena, não chegando ao ponto de me cegar. Os últimos trabalhos da banda são medianos ou medíocres, reconheço. Psychocandy é bom (e não muito mais que isto). O barato do disco é a alternância entre o crueza e ruído. faixas como In a Hole contrastam com a doçura e melancolia de Just like honey e Cut dead . Estas duas últimas são, de fato, as melhores coisas do disco : belas e essenciais para “entender” a banda e o que foram os anos 80 (para quem não os viveu).
É um disco superestimado? Ouvindo hoje, digo que sim. Mas no contexto oitentista, não. Arrisco a afirmar que o embrião do grunge e de todo o rock alternativo está neste discão. A dinâmica barulheira tosca X melodia suave já se desenhava, mesmo que em musicas diferentes (a turma dos 90´s apenas juntou tudo na mesma composição).
Em tempos de tanta “reciclagem”, prefira os originais. Ouça Smiths, Cure, MC5, Iggy Pop, além do próprio Jesus and Mary Chain.
NOTA DO DANI : 7
ps: estreando discos antigos

quinta-feira, maio 11, 2006

É FODA !

Depois de muito procurar uma cura para minhas dores na garganta e no pescoço, descobri que tenho um sisto dentário (entre o dente de siso e o maxilar). Vou ter que extrair tudo semana q vem. Torçam por mim!
Aos meus 2 ou 3 leitores, fiquem ligado que o blog vai continuar cada vez mais fudido, com seus textos poluidores como lixo nuclear. Vou ter bastante tempo (enquanto me recupero, com a cara inchada) para me dedicar a esta merda...

domingo, maio 07, 2006

RESENHA DA SEMANA : Black Rebel Motorcycle Club (Howl)


A única informação que eu tinha sobre esta banda, é que tiraram o nome da gang do Marlon Brando no filme “O Selvagem” e que se vestiam no style anos 50 (t-shirt, couro e jeans). Logo, o BRMC faz rockabilly ou algo do gênero, certo? ERRADO ! Howl nem pode ser classificado como rock, no sentido puro da palavra.
-Se não é rock, o que esta resenha está fazendo aqui, magrão???
-Ela está aqui, pois Howl é um dos melhores Cd´s que ouvi nos últimos tempos !!!
-O que ele tem de especial???
-A atmosfera, meu amigo. Resumindo, o terceiro disco deste trio americano é um cruzamento de folk, blues e country, mas com uma pegada e um espírito rocker pra caralho! E é para admirar os caras pelos simples fato deles trilharem um caminho diverso da maioria das bandas, que é o de amaciar seu som e torná-lo cada vez mais pop e relaxado (vide Strokes). Howl poderia ser a trilha sonora para filmes tipo Os Imperdoáveis, manja? Sombrio, melancólico, triste, bluesy, romântico, os mais diversos adjetivos e sentimentos se alternam conforme as faixas vão se desenrolando para o ouvinte.
A babação é justificável, pois fazer um disco deste nível, com os elementos citados não é para qualquer um. Vamos a um rápido faixa-a-faixa para eu tentar convencer você da qualidade deste disco :

“Shuffle your Feet” : country com harmonica e tudo. “Time won't save our souls "canta o BRMC e o clima da musica colabora para entender o por quê.
“Howl” : típico rockinho com sotaque britânico, emula os anos 80 e lembra um pouco o Radiohead. É a faixa alien do disco.
“Devils Waitin´”: folk/blues. Bebe direto (inclusive a letra) de Robert Johnson. Falando em beber, essa musica serve de trilha sonora para aquele whisky-deprimido-dor-de-cotovelo.
“Ain´t no Easy Way” : country animado, lembra o Crosby, Stills, Nash & Young. Dá-lhe slide !
“Still Suspicion Holds You Tight" : bonitinha, mantém o clima folk do disco…
“Promisse” : balada com pianão e linhas vocais de chorar... Uma das mais belas do disco! Você se pega cantando o refrão na hora do café, no ônibus, no trabalho, no banho, etc.
"Weight Of The World": segue o folk, com mais sotaque pop.
"Restless Sinner" : volta o blues estradêro, com poeira nos olhos e álcool na garganta...
"Gospel Song" : bem climática, com uma guitarrinha puxando sofrimentos por baixo dos panos.
"Complicated Situation": mais uma no clima “Kansas-city-seis-da-manhã-de-cara-cheia-e-dividas-de-jogo-para-pagar”.
"Sympathetic Noose" : A melhor ! A melhor ! Balada country/folk de levar o mais duro western man a querer amar.
"The Line": música para fechar o disco mesmo, misteriosa e encerrando o filme : os 3 caras da banda entram na estação de trem, compram (roubam?) suas passagens e somem na paisagem seca e amarelada do Velho Oeste...

NOTA DO DANI : 9

sábado, maio 06, 2006

O Passado. Ah, o Passado!!!

O Passado carrega uma carga negativa. Comumente ouvimos: “Quem vive de Passado é museu” ou “Tudo passa”, “O tempo cura”, etc... Porém, o Passado pode ser doce, com suas recordações e momentos únicos. É destes dois passados que tratarei agora.
Amores passados, com seus momentos apaixonados, beijos inesquecíveis, brigas inenarráveis... Ah, os amores passados!!!
Alguns repousam mortos e frios na lembrança, pois eram inviáveis e se foram, sem deixar maiores saudades. Outros foram marcas a ferro na alma, marcados por ressentimento, raiva, e, eventualmente, “cornos”. Coisas do amor!
Agora, os outros! Estes valem a pena lembrar. Os outros amores são latentes, ficam guardados no coração e na mente, como momentos prazerosos e intensos, que o tempo não apaga. Nestes casos, o Passado se torna doce, bem como lembrá-lo.
Eu pude lembrá-lo esta semana. Lembrar deste grande amor e, melhor, com esta pessoa magnífica! Não nos acertamos na época, pois era muita coisa rolando, muitas dificuldades, mas percebi que continuamos a ser os mesmos. Os mesmos defeitos, as mesmas qualidades, as mesmas manias e o mesmo senso de humor. É isto foi lindo, foi imensamente lindo!!!
O Passado se torna melhor ainda, quando temos a chance de reescrevê-lo. E aí ficam meus temores e dúvidas. Vale a pena tentar reescrever?
Ainda não sei.
Mas sei que ELA vale a pena. Vale muito a pena!
Ela foi o amor mais doce, ela foi o amor mais quente e envolvente da minha vida. Lembrar de seu rosto, de seu sorriso, ainda me faz tremer. Há algo diferente nesta garota, pois estamos ligados em outra dimensão. Não é algo carnal ou químico, é algo maior, que transcende o simples e o cotidiano.
Sim, sim ! Eu sou um romântico! Eu sempre vejo flores e ignoro os espinhos!
Confuso? Sim, de todas as formas. Ninguém vai entender este texto, exceto a pessoa que me inspirou a escrevê-lo.

segunda-feira, maio 01, 2006

Paredes brancas

Por mais que eu ande
na direção contrária
sempre darei de cara
com as paredes brancas

Na há janelas
e não há portas
apenas as mesmas paredes brancas
que machucam meus olhos
com seu brilho cego

Por mais que eu chore
e grite alto
A parede não se move
e as portas não se abrem

Não surgem saídas
e nenhuma brisa
para aliviar minha
claustrofobia

Vou abrir um buraco
Nestas paredes brancas
Com minha própria cabeça
E meus próprios dentes