RESENHA DA SEMANA : Iggy Pop and the Stooges (Raw Power -1973)
Sou uma chitah das ruas com o coração cheio de napalm. Sou um filho fugitivo da era nuclear. Sou o garoto esquecido do mundo, aquele que procura e destrói. Querida, me ajude por favor! Alguém tem que salvar minha alma! alma radioativa na morte da noite. Amor no meio de um fogo-cerrado. Querida, me deixe cego... Alguém tem que salvar minha alma! Querida, penetre na minha mente. Sou o garoto esquecido do mundo. Aquele que está procurando, procurando algo para destruir.
Gostou do que leu? Se não gostou, pare agora! Você gostou, ótimo. Segue a leitura.
O Stooges foi um dos "pais" do punk. Em plena ressaca pós-Woodstock, os caras chutaram o balde com um disco horrendo (no bom sentido da palavra), mostrando que paz e amor eram utopia, e o que reinava mesmo era o CAOS, a raiva, a derrota...
A letra acima é da música que abre o disco : Search and Destroy. Uma pedrada com timbres entao inéditos no rock : secos, altos e ríspidos (primórdio do punk, não se esqueça).
Geração vazia, pessoas à margem do "american way of life" (Iggy morou num trailler durante anos!), sem futuro e nem perspectiva. O que hoje é lamento, ontem foi a revolução. E ela veio em forma de música, com os mais doidos músicos surgidos até então.
Hoje em dia é fácil botar banca de "desajustado", "incompreendido". No começo dos 70 este foi o grito de ódio vindo dos subúrdios mais lixos do mundo. Foi a podridão em forma de letras e sons. Alguns detalhes técnicos : a gravação rolou com supervisão de David Bowie na Inglaterra, porém a produção e mixagem foi feita pelo Iggy Pop (chapadão, claro!) e dá uma idéia da tosqueira que foi. Mas foda-se, o disco é lindão assim mesmo e rock, então tá valendo.
NOTA DO DANI : 9,5
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