DRUNKEN BUTTERFLY

Cultura underground e textos doentios

sábado, julho 01, 2006

Uma vez...

Dentro daquele avião, eu sonhava. Tentava dormir, mas não conseguia. Céus! Estava há dois dias inteiros sem dormir! Sentia o sangue latejar nas têmporas. Não sabia se era falta de sono, se era ansiedade, fome...
Dentro de 1 hora, eu estaria com ela. Nossa!
Eu já podia sentir sua boca, seus braços, seu perfume. Fiquei doido. Procurava me ajeitar no banco do avião e nada. Desconforto. E se essa porra cair!?
Levantamos vôo. Fechei os olhos novamente para tentar dormir um pouco, mas não adiantava. Estava muito ansioso, sentia todo o corpo a pegar fogo. Mudei de pensamentos. Pensei em um calmo passeio, de mãos dadas com meu amor, sentados em algum parque.
Fui me acalmando e logo cheguei. Que cidade enorme, pô!
Pousamos. Que loucura, nem sabia o que fazer. Ao pegar minha mochila, derrubei tudo em volta. Coisa de bicho-do-mato, mas foda-se !!! Onde ela estaria?
Desci do avião, mas juro que não lembro como! Fui seguindo meus colegas de vôo, sem critério nenhum. Caminhei, olhando para os lados, perdido. Até que a vi, sorrindo, agitando os braços, como uma criança.
Fui em sua direção, ainda sem saber como agir, o que pensar. Beijei-a e fiquei olhando para os lados, apavorado. Ela me sacudia, como que para despertar-me.
Fomos a um café. Agora começava a cair a ficha. Conversamos, como se nos conhecêssemos há anos. Por que, quando amamos alguém, temos a impressão de conhecer a pessoa há muito mais tempo que na realidade?
Eu a olhava sem acreditar. Eu a amava sem questionar. Eu a queria mais que tudo no mundo. Enquanto ela falava, observava os desenhos que ela fazia no ar com suas mãos, enquanto eu entrava em seu mundo, através de seus olhos.
Tanto tempo depois, ainda recordo este dia como um dos mais felizes de minha vida. E desejo repeti-lo ainda, muitas vezes, com esta mesma pessoa

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